terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Monumento do Leão de Lucerna (também conhecido como Löwendenkmal)



Monumento do Leão de Lucerna - Löwendenkmal

Quase dois séculos se passaram desde que um animal ferido, com uma ponta de lança encravada no corpo, foi esculpido na pedra, com a dor na face, uma agonia sem fim, ele está escondido da agitação da cidade num pequeno parque de Lucerna, na Suíça. Turistas de várias partes do mundo visitam o lugar, tiram fotos, posam alegres, mas talvez, bem poucos sabem a trágica história por trás, daquele leão moribundo.
Monumento do Leão de Lucerna (também conhecido como Löwendenkmal) é o trabalho é do escultor dinamarquês Bertel Thorvaldsen, feito em 1821, e relata com realismo e romantismo próprio da paixão de seu tempo, à tragédia com a perda de vidas de 700 homens pertencentes à Guarda Suíça, a serviço de Luís XVI durante a Revolução Francesa. Homens que foram massacrados no palácio de Tulherias, em Paris no dia 10 de agosto de 1792, por homens que usaram a frustração e a raiva contra um rei traidor, aos mercenários que foram considerados cúmplices de suas ações.

HISTÓRIA

Desde o início do século 17, a Guarda Suíça um regimento profissional e disciplinado (já que inteiramente composto por mercenários com grande tradição de serviços prestados à monarquia), serviu na França. A 6 de Outubro de 1789, o rei Luís XVI foi forçado a retirar-se com a sua família do Palácio de Versalhes para o Palácio das Tulherias, e em Junho de 1791 tentou fugir para fora do país. Em 1792, durante a Insurreição de 10 de Agosto, revolucionários invadiram o palácio. A luta rebentou espontaneamente depois da família real ter sido escoltada das Tulherias para tomar refúgio na Assembleia Nacional Legislativa. Os suíços ficaram sem munições e foram oprimidos pelo número superior de revolucionários. Uma nota escrita pelo Rei sobreviveu até aos nossos dias, ordenando aos suíços que retirassem e voltassem aos seus quartéis, mas isto só foi efetuado depois da sua posição se ter tornado insustentável.

Esculpida em uma rocha de arenito, a escultura é famosa por seu surpreendente realismo. Com cerca de 10 metros de comprimento e 6 metros de altura, ela retrata os últimos minutos de vida de um leão sobre um leito de escudos e lanças. Acima do felino, está a inscrição “Helvetiorum fedei ac Virtuti“, que significa “À lealdade e bravura dos suíços”. O leão moribundo é representado empalado por uma lança, cobrindo um escudo com a flor-de-lis da monarquia francesa; ao seu lado encontra-se um outro escudo com o brasão de armas da Suíça. A inscrição por debaixo da escultura lista os nomes dos oficiais, e o número aproximado dos soldados que morreram (DCCLX = 760), e sobreviveram (CCCL = 350). O autor Mark Twain proclamou o Monumento do Leão como “a pedra mais triste e comovente do mundo”. A pose do leão foi copiada em 1894 por Thomas M. Brady (1849–1907) para  seu Leão de Atlanta, que comemora os soldados confederados desconhecidos sepultados no Cemitério de Oakland em Atlanta, na Geórgia, EUA.
Como curiosidade, circula na cidade de Lucerna, um boato que Bertel não foi pago pelo seus serviços e assim ele projetou o leão na pedra dentro de um buraco na forma de um porco, como uma forma de vingança ao povo da cidade.
ver mais em: 
http://www.magnusmundi.com/a-agonia-eterna-do-leao-de-lucerna/

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